quarta-feira, 17 de junho de 2015

Um post diferente...

                Hoje é quarta e eu vim com um post especial, diferente, uma crônica de minha autoria sobre formatura, é meio longa, mas espero que gostem.
         ‘ Sempre tive medo do modo que o tempo passa, vai passando, quando menos esperamos estamos a dois passos da formação, o ensino médio é a fase de loucuras, de birras, de descobertas, é o momento em que somos obrigados a caminhar para o futuro. Estou no meio da remada, estou indo em direção a loucura, pelos padrões do mundo já deveria estar com uma ideia pronta sobre em qual faculdade eu vou estudar, mas não estou, talvez eu nem saiba ainda o que quero ser da vida, talvez eu apenas queira pegar o meu caderno e sair pelo mundo, viajar por cada canto deste globo e aprender mais do que pude aprender em todos esses anos de colégio, aprender realmente do que vou precisar na vida. Não me entenda mal, não quero de forma alguma dizer que de nada valeram todas aquelas aulas de, “Mas aonde é que eu vou usar função de segundo grau da minha vida? ” “Por que eu tenho que saber a velocidade daquele carro amarelo? ” “Não sei para que foram inventar essas leis, só para ter que entender todas essas fórmulas? ” “A oração eu deixo para o padre. ”, de fato as matérias serão importantes, talvez só tenhamos essas birras por que não é o que achamos que vamos precisar pois levamos em conta nossos interesses de carreira apenas, sem se lembrar que a vida é mais que isso.
         Sabe qual é a pior parte de crescer? Ter de dizer Adeus, à medida que vamos envelhecendo vamos dando Adeus a coisas importantes em nossas vidas, é como se a cada ano que nós evoluímos algo é deixado para traz, como por exemplo quando deixamos de ser crianças e tivemos de dar adeus a todas aquelas brincadeiras de criança, ao modo como o mundo nos tratava, como era bom se sentir pequenino e não se importar com o que os outros pensavam, não é? Este ano estou me formando no terceiro ano do colegial, por mais que isso seja uma coisa que estou esperando a tempos sei que também será um dos momentos em que terei de dar adeus a maioria das coisas que realmente importam na minha vida, neste momento terei de dizer adeus a aqueles amigos que estiveram ao meu lado todas as manhãs durando quatro anos, se começar a contar do fundamental, bom, para algumas pessoas pode ser uma despedida ainda mais difícil, eu não poderia dizer que vivi com todos eles desde o fundamental ou algo assim, mas sabe, vai doer tanto, acordar todos os dias e ir para um outro destino, saber que aqueles amigos que me atormentavam todas as aulas estarão em outro lugar, que não vou ter que ficar procurando uma calculadora que nem louca pela escola para fazer as provas de física e química e ainda ceder para a minha amiga. Desde sempre valorizei muito minhas amizades e por mais que continuemos no mesmo estado, na mesma cidade, que seja no mesmo bairro, sei que seria mentira dizer que poderia vê-los todos os dias como costumava ser, eu poderia dizer adeus a muitas coisas, mas nada poderá me deixar mais desapontada do que ter que deixar para trás quem fez parte da minha evolução como pessoa, daqueles que sempre estiveram do meu lado, que de sinceridade me encheram, que me disseram as maiores verdades do mundo, sei que parece da boca pra fora, mas mesmo daqueles colegas que viviam brigando, que eram chatos ou algo do tipo, sei que sentirei falta, mesmo da amigas que perdi durante o ano, mesmo dos meus “inimigos”, sentirei falta do menino dos olhos cativantes e das aulas de geografia em que meus olhos e minhas mãos buscavam um único destino, era como um ritual, a paixão juvenil que me fez encontrar todo conforto em apenas uma pessoa, eu direi adeus, mesmo tendo tentado por outras vezes deixa-lo, direi de verdade, direi como se quisesse ficar, mas será o nosso fim eminente, nossas aulas de geografia ficarão apenas na minha memória. É relativo falar apenas dos colegas e amigos de classe, digo, todos dentro da tal instituição terão sua importância, sentirei falta das pessoas que via no meio do corredor, daquelas que me odiavam e eu fazia questão de passar de cabeça erguida ao lado delas, dos micos que paguei falando de uma pessoas que logo saiu da cabine do banheiro e me encarou, daquela amiga que sempre estava lá, não importava onde eu fosse, sempre a encontrava, lembrarei dos apelidos, do sarcasmo ao me encontrar na frente do espelho arrumar meu cabelo pela milésima vez, vou me lembrar das vezes que ela me ignorava quando fingia estar brava, da nossa super vontade de subir para a aula de novo, principalmente de matemática.
         Sentirei falta de sentir falta de coisas simples.
-Alice


         

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